terça-feira, 9 de outubro de 2012

A nós e a este mundo

 Continuo a sentar-me na beira do tanque ao pôr-do-sol enquanto olho o horizonte, um suspiro profundo sai cada vez que o meu olhar centra-se na que será sempre a tua casa. É a que salta-me mais à vista. Sabes, ainda parece que oiço a tua voz bem audível e rouca, vejo o teu sorriso ainda, vejo o teu corpo pequeno mas com uma força que ninguém diria que tivesses. Ainda oiço-te a chamar o nome de cada um dos teus filhos, oiço o som da tua mota, oiço a tua gargalhada que servia para espantar as coisas más da vida. Sabes uma coisa? Ainda vejo-te ali à porta de casa. Tu para mim nunca foste embora, para mim nunca partiste daqui. Tu pertences a nós e a este mundo, mesmo depois de teres morrido, eu ainda vejo-te ali, junto ao teu portão. 

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