quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Amor à camisola

Pessoa: "Então e ganhas alguma coisa por andares na Cruz Vermelha?"
Eu: "Como?"
Pessoa: "Sim! Quanto dinheiro recebes?"
Eu: "Ah? Andas-te a snifar farinha ou quê? Claro que não recebo nada!"
Pessoa: "Oh, então não quero ser voluntária!"
Eu: "Oh, espera! Recebo imenso até! Recebo os sorrisos das crianças*, recebo abraços e obrigados(as)! E saber que fiz alguém sorrir faz-me sentir a pessoa mais rica do mundo! É fantástico, não há dinheiro no mundo que pague isso!"
Pessoa: "Oh, mas se não recebes nada não tem piada!". 

 Sim, eu tive esta conversa e ainda estou parva. E já não é primeira vez que me perguntam quando recebo. Há pessoas que parecem não ter coração. Se eu dou o meu tempo, é porque quero, porque quero ajudar. Ainda hoje, estava arrasada, cansada, já não me aguentava em pé porque passei mal a noite mas mesmo assim, arrastei o meu rabo até à nossa sede e fui dar explicações aos miúdos. No fim, apesar de estoirada, fiquei orgulhosa de mim porque os consegui ajudar. O meu trabalho estava feito, fui-me embora com o coração cheio de sorrisos. E isso já ninguém me tira, não há dinheiro que me pague. 

2 comentários:

Miguel Silva disse...

Muito bem, parabéns. Solidariedade é sempre precisa seja ela de qualquer tipo

Sardine disse...

Essas pessoas, quem as compreende ?
Adoro o teu trabalho!